Ouço o vento seco murmurar em suas vísceras
Corrompo-te, insana, com a força da própria dor
Estraçalho-te, ávida, com a graça de um ceifador
Enquanto danço sobre o fogo e te faço perder o ar
A chuva cai sobre nossos corpos e arde como pimenta
A sua carne, o seu ofego, uma dor tão suculenta
Eu procuro pelo bosque do vazio e da escuridão
Mas só encontro o teu sangue, o cérebro e o coração
Se já não pensas, não entendes, para que se preocupar
Com esta pele, estes olhos, que aqui só refletem dor (?)
E se te amo é porque sei que de mim não provém amor
Mas sim uma vontade insana de agora te destruir
E em cima de seu cadáver a mim só restará rir.