terça-feira, 23 de julho de 2013

Sotúrbulo Delírio Noturno

Procuro por um instante
Nesse frio sotúrbulo
Por um barulho que vire música
E uma música que vire barulho

E neste mesmo frio molhado
Me cai uma gota do céu
Um gato vem pelo telhado
Pisando macio como um véu

Me arrepia da cabeça aos pés
Pensar que não será sempre assim
Saber que amanhecerá
E a noite chegará ao fim

E a cada estrela que eu conto
O tempo passa mais rápido
Como o silêncio de um corpo morto
Sinto-me perdendo o tato

E no coma passei meus dias
Sonhando com um momento assim
Desperto dos meus delírios
E retorno à noite enfim.

E nessa mesmo instante eu vago
Pedindo pra que o tempo não me açoite
E no frio eco noturno me perco,
Oh, noite... noite... noite...

(Henrique Caixeta e Lorena Mendes)

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